São Paulo, 6 de
dezembro de 2012
Madrugada
Caro diário,
Essa mulher é o bicho no palco,
mano!!! Nunca vi um show tão energético e animado como esse!!! Simplesmente
incrível mesmo!!!
Por volta das 22h30, com meia
hora de atraso com relação ao seu horário habitual de subir ao palco, Madonna
entra no palco arrasando. Tudo começa com um grupo de monges gregorianos
tocando um sino e balançando o incensário que fica suspenso no meio do palco.
Eles fazem um cântico gregoriano, seguido de uma oração à Virgem Maria (acho
que em híndi ou hebraico, porque eu já ouvi mantras nessas duas línguas, e tem
algo a ver), para, então, surgir Madonna quebrando a projeção de uma igreja
estilo gótica cantando “Girl Gone Wild”, vestida numa roupa preta à lá
Mulher-Gato. Dançando muito, a cantora usa um pouco de playback nesta canção,
mas leva quase que o show inteiro no gogó mesmo, ao contrário de outras
estrelas efêmeras da cena pop. Logo depois, ela engata “Revolver”, sucesso da
coletânea “Celebration”, que tem até Lil’ Wayne fazendo participação especial
virtual. A performance é energética e cheia de tiros, para combinar com a
temática” filme de ação” do primeiro bloco do show. Então, entra uma das minhas
preferidas: “Gang Bang”, com um estilo de filme B de ação, com direito à
Madonna atirando nos dançarinos e entrando em luta corporal com um deles.
Cantei a letra toda com ela, quase pondo os pulmões para fora.
Logo em seguida, depois que ela
mata o último dançarino (como estava longe, não sei qual deles foi, mas tenho
quase certeza que teve ter sido o Brahim, atual namorado da diva), ela começa
um medley de canções separadas por quase 20 anos: “Papa Don’t Preach”, do álbum
“True Blue”, e “Hung Up”, do “Confessions on a Dance Floor”. Durante a
performance, Madonna usa do playback para que possa se equilibrar na corda
bamba e fazer slacklining junto de seus dançarinos. Sim, ela faz slacklining ao
vivo no show! Eu estou dizendo: essa mulher é foda demais! Então, ela desce da
corda bamba e canta “I Don’t Give A”, com participação especial virtual da
rapper Nicki Minaj e sua indefectível frase, “there’s only one Queen, and
that’s Madonna, bitch!” – e claro que berrei essa frase o mais alto que pude...
Então Madonna sai do palco e
começa um vídeo com a música “Best Friend”, contida na edição deluxe do último
álbum dela, “MDNA”, remixada com alguns samples de “Heartbeat”, do anterior,
“Hard Candy”, e um dos pontos altos de sua última turnê, “Sticky and Sweet
Tour”. Surge, depois do vídeo, uma banda de high school e Madonna trajada como
uma líder de torcida (dizem as más línguas que ela roubou a roupa das Paquitas
da Rainha dos Baixinhos, Xuxa, mas há controvérsias...) com a balada oitentista
“Express Yourself”, do álbum “Like a Prayer”. Sim, cantei essa música todinha e
dei risada com os trechos de “Born This Way”, da wannabe Lady GaGa, e de “She’s
Not Me”, do “Hard Candy”, para deixar
claro que ela é a Madonna e é a Rainha do Pop e que GaGa ainda tem muito chão
pela frente. Logo mais, vem o mais novo hit-chiclete de Madonna: “Give Me All
Your Luvin’”, com participações de Nicki Minaj e M.I.A. pelos telões de LED. E
dá-lhe “L-U-V, Madonna! Y-O-U, you wanna!”!
Há mais um intervalo com um
vídeo, e dessa vez, é uma coletânea de hits da diva, como “Music”, “Into The
Groove”, “Like a Virgin”, e outros mais, para, então, ela surgir, já com uma
roupa diferente, cantando “Turn Up The Radio”. Sabe quando você sente a voz
indo embora da sua garganta como se fosse aquela cena que Úrsula pega a voz de
Ariel, no filme da Disney “A Pequena Sereia”? É, foi mais ou menos que eu senti
nessa música – berrei a letra todinha e fui ao extremo com a minha voz. Minha
garganta tá detonada, mas eu ainda piorei a situação algumas músicas mais para frente.
Junto de uma banda chamada Kalakan, Madonna, depois dessa música, faz um set
acústico e canta “Open Your Heart”, do álbum “True Blue”, seguido de um canto
de língua que eu ainda desconheço, chamado “Sagarra Jo”. Depois da música, a
Rainha fez seu tradicional discurso, explicou que “Sagarra Jo” quer dizer “uma maçã,
uma alma”, algo como dizer que cada partícula do mundo é uma vida importante e
que não deve haver preconceitos. Todos devemos ser iguais, não importando se
você é homossexual, negro, ou qualquer outra minoria.
Depois de muito aplaudida,
Madonna cantou a música-tema do último filme que dirigiu, “W.E. – O Romance do
Século”, “Masterpiece”, que ganhou até um Globo de Ouro em 2012. Lembrei-me
muito de minha mãe, que ama essa música, e pensei nela a música inteira. Logo
depois, ela saiu novamente do palco, e entra o vídeo de “Justify My Love”, do
álbum “The Immaculate Collection”. O vídeo é bem sensual e foi retirado dos
bastidores da sessão fotográfica de Madonna para a divulgação de seu novo perfume,
“Truth or Dare”. Ela, então, volta ao palco com uma reinvenção do sutiã de cone
da famosa “Blond Ambition Tour” – agora, uma estrutura metálica por cima de uma
camisa social branca e de uma calça social preta – para cantar o hit “Vogue”,
da trilha sonora do filme “Dick Tracy”. Logo depois, veio “Candy Shop”, do
disco “Hard Candy”, na qual ela faz uma performance sensual com seus dançarinos
e ainda evoca “Erotica”, do álbum homônimo de 1992, ao dançar com Brahim, seu
namorado e dançarino da turnê.
Então, Madonna começa a cantar
“Human Nature”, do álbum “Bedtime Stories”, e começa também seu striptease.
Após ter seu bumbum exposto nos telões, ela perguntou, em português, se ela
ainda estava “gostosa”, e todos responderam que sim, obviamente! Logo depois
disso, era para ela ter executado “Like a Virgin” e “Love Spent”, mas não pôde
ser possível devido a problemas com o horário e com os usuais atrasos da Rainha
do Pop. Então, logo após “Human Nature”, ela saiu novamente do palco para
trocar de roupa e passou o polêmico vídeo de “Nobody Knows Me”, do álbum
“American Life”, em que ela põe uma suástica sob a testa de Marine Le Pen,
conhecida líder francesa. Assim, ao término do vídeo, ela subiu ao palco e
executou “I’m Addicted” e “I’m a Sinner”, ambas do álbum “MDNA”. A segunda, eu
até sabia um pouco do refrão, mas a primeira eu nem sabia a letra.
Veio, então, o grande clímax do
show: “Like a Prayer”. Madonna ficou impressionada que o estádio bradava a
música e deixou o público cantar boa parte da música, mas também nos deu mais
uma prova de que sua voz foi feita para cantar, não importa o playback (que ela
não usou nessa música) ou o Auto Tune. Tenho que admitir que ali foi onde a
minha voz deixou de existir quase que por definitivo – nem sei como arranjei forças
para cantar a última música do show, “Celebration”, que ainda contou com
trechos de “Give It 2 Me”, do “Hard Candy”. O final foi simplesmente
espetacular, e eu estava completamente em êxtase. Eram 00h05 quando o show
acabou.
Depois que ela se despediu, e eu
tive certeza que não haveria bis, saí em direção à rua em frente ao Estádio do
Morumbi. Depois de uma hora de espera, o motorista me encontrou e fomos para o
hotel. Cheguei ao meu quarto por volta das 01h15 e tomei banho. Agora, estou
tão cansado que nem sei de onde tirei forças para escrever esse trecho da minha
saga. Estou acabado, caro diário. Mais tarde, volto para falar mais. Boa noite!
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