As cortinas se abrem e, por entre longos tecidos brancos que estavam balançando no meio do palco, surge Nicette Bruno, em um tailleur elegante, convidando a todos para entrar na reflexão sobre os percalços da vida e a realidade após a morte, tanto para quem se foi quanto para quem ficou no plano terreno. A atriz se apresenta em um monólogo, no qual faz o papel de narradora, além de interpretar três personagens em cena - todos tirados do livro "O Silêncio dos Amantes", também de autoria de Lya Luft - além de aparecer em dois vídeos, exibidos nas telas brancas que compunham o cenário do palco. O espetáculo é multimídia, contando com projeções e textos pré-gravados, mas o destaque é atuação impressionante de Nicette Bruno em cena - com a ajuda da iluminação de Maneco Quinderé e da trilha sonora de Alfredo Sertã, a atriz brilha em cena, e emociona a plateia indiferente do sexo, da raça, do credo.
Ao final do espetáculo, Nicette Bruno agradeceu a todos pela presença e pelos aplausos - efusivos, da minha parte -, além de chamar sua filha, a diretora da peça, para subir ao palco com ela e, assim, compartilhar da glória dos aplausos. Beth Goulart, abraçada à mãe, agradeceu pela atenção de todos, e fez um emocionado discurso sobre a importância do espetáculo para contar a história da própria família e, assim, ajudar a recuperar as forças após a partida do patriarca, Paulo Goulart. A cortina, então, se fecha sob uma torrente de aplausos ante a emoção e a satisfação de termos prestigiado um espetáculo profundamente filosófico e perfeitamente terapêutico. É uma peça de teatro para se ver uma única vez, pois sua mensagem demorará a se tornar obsoleta, tamanha a sua intensidade.
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