Créditos: Caio César Mancin
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Ao longo de quase duas horas de espetáculo, Paulo Betti faz e acontece em cena: conta histórias de sua infância, imita seus familiares, cantarola antigas canções de sertanejo de raiz, desce do palco para cumprimentar o público, tira uma senhora da plateia para dançar com ele, entre muitas outras estripulias. Betti é, sem dúvida, um ator entregue de corpo e alma ao seu trabalho, e faz da boca de cena seu reinado.
Créditos: Caio César Mancin
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Entre memórias felizes de uma infância feliz, ele também relembra dos momentos difíceis - sua família era bem pobre, seu pai era esquizofrênico em uma época que não havia tratamento senão a internação no hospício municipal, entre algumas outras tragédias familiares. Sendo o caçula de quinze irmãos, Betti se diverte ao lembrar de suas irmãs e irmãos, mas também chora ao lembrar daqueles que já partiram. Sua trajetória de vida é realmente de um batalhador, que trabalhava na Votorantim o dia inteiro para fazer o curso da Escola de Arte Dramática (EAD) da Universidade de São Paulo (USP) à noite, tendo de sustentar sua família quase toda analfabeta.
Créditos: Caio César Mancin
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"Autobiografia Autorizada" é um espetáculo que visa a homenagear os quarenta anos de carreira de Paulo Betti, mas infelizmente não cobre toda a sua trajetória pessoal: segundo minhas estimativas, o ator esmiúça sua história até, no máximo, meados da década de 1970, falando en pasant de seu casamento com Eliane Giardini (sua esposa de 1973 a 1997). Talvez seja uma ideia fazer uma "Autobiografia Autorizada, Volume 2" para falar com profundidade sobre seus trabalhos em televisão, teatro e cinema, além de contar anedotas de bastidores para seu público.
Créditos: Caio César Mancin
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Duas coisas me chamaram bastante a atenção durante a peça: o fato de ser permitido o uso de celulares e câmeras fotográficas (sem flash) durante o espetáculo - aliás, todas as fotos que ilustram este post são de minha autoria, mas foram tiradas com um celular, por isso a baixa qualidade das imagens - e o cenário simples que compõe a cenografia, assinada por Mana Bernardes (atual esposa de Paulo Betti) - uma casa sanfonada de papel-seda branco, uma vela (acesa logo no início do espetáculo), um livro com manuscritos de Betti, um varal de roupas quarando, e uma mesa-banco de madeira. Com esse cenário simples porém eficiente, Betti não precisa de mais nada em cena, além de sua alegria contagiante e dos improvisos que dão as caras vez por outra.
Créditos: Caio César Mancin
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Quanto à sala de espetáculo, o Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), reitero aqui a crítica já realizada pelo blog Música Na Vida em resenhas anteriores: a questão da compra de ingressos. Além de o site da UP! Ingressos, empresa única e exclusivamente responsável pela venda e emissão dos ingressos de todas as peças do CCBB, ter diversos problemas de conexão e de poluição visual em seu layout virtual, há ainda o problema do preenchimento de cadeiras das sessões a partir de devoluções e desistências de ingressos - forma-se uma fila enorme do lado de fora do teatro, com pessoas esperando alguém não aparecer para assistir à peça para correrem (literalmente) para caçarem um lugar vago. Entendo a necessidade de se preencher todas as sessões para pagar os custos da produção (afinal, com ingressos a R$5,00 realmente é necessário que todas as sessões estejam abarrotadas), mas a forma como isto vem sendo feito está atrapalhando o andamento do espetáculo (provocando atrasos no início das sessões, e impedindo a realização de mais de uma sessão por noite) e tornando o prazer de ir a uma peça teatral uma azucrinação (por conta do burburinho e das conversas paralelas antes, durante e após o espetáculo).
De forma geral, "Autobiografia Autorizada" é um espetáculo completo e instigante, mostrando Paulo Betti no auge da sua forma comemorando quarenta anos de profissão, e relatando ao público as delícias e os dissabores de nascer e crescer em meio à terra vermelha de Rafard (onde Betti nasceu) e de Sorocaba (para onde se mudou ainda criança, e de onde saiu para conquistar o Brasil). Ao fim do espetáculo, ainda consegui uma foto e um autógrafo de Paulo Betti, que foi muito solícito e simpático fora de cena, provando que sua persona no palco se reflete na vida real. Sendo uma peça com diversos improvisos, "Autobiografia Autorizada" é uma peça para ser reassistida diversas vezes - cada sessão é uma nova experiência, indubitavelmente.
Créditos: Caio César Mancin
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De forma geral, "Autobiografia Autorizada" é um espetáculo completo e instigante, mostrando Paulo Betti no auge da sua forma comemorando quarenta anos de profissão, e relatando ao público as delícias e os dissabores de nascer e crescer em meio à terra vermelha de Rafard (onde Betti nasceu) e de Sorocaba (para onde se mudou ainda criança, e de onde saiu para conquistar o Brasil). Ao fim do espetáculo, ainda consegui uma foto e um autógrafo de Paulo Betti, que foi muito solícito e simpático fora de cena, provando que sua persona no palco se reflete na vida real. Sendo uma peça com diversos improvisos, "Autobiografia Autorizada" é uma peça para ser reassistida diversas vezes - cada sessão é uma nova experiência, indubitavelmente.
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