sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Peça teatral “A Desumanização” – Apresentação de 29/01/2021

Frio na barriga. Hora de entrar no teatro. Com o devido distanciamento, em decorrência da pandemia de Covid-19, vamos entrando separadamente, sendo devidamente higienizados com álcool em gel e tendo nossas temperaturas corporais aferidas. Todos entram e devem permanecer de máscara durante todo o espetáculo. Fazia mais de um ano que eu não pisava no teatro do CCBB Brasília – a última peça que vi antes da pandemia foi justamente lá, que foi “Dogville”, junto de um casal de amigos e do meu ex-namorado.

Crédito: G1/ Divulgação

“A Desumanização” é baseada em livro homônimo de Valter Hugo Mãe, autor angolano de grande sucesso mundial, e foi adaptada para os palcos dos tempos modernos – além de as atrizes Fernanda Nobre e Maria Helena Chira, que interpretam irmãs gêmeas, estarem separadas por um vidro para impedir contaminação por Coronavírus, ambas se filmam e projetam suas performances no cenário, ajudando a criar a história de uma dupla que encontra seu fim com a morte de uma das gêmeas. Depois disso, a irmã sobrevivente tem que lidar com traumas e dores irreparáveis, mostrando em cena seu processo de desumanização por meio do escrutínio que a dor proporciona.

Crédito: VEJA São Paulo/ Divulgação

Toda a atmosfera criada para o palco ajuda a contar a história de maneira fluída e orgânica – desde o figurino, que carrega em cada peça detalhes da história, que se passa em uma longínqua cidade de interior na gélida Islândia., até o cenário, projetado para dar a impressão de repetição nos atos das gêmeas. Ambas as atrizes trazem uma verdade cênica que, por serem versadas na arte televisiva, incutem no uso da filmagem em tempo real uma ferramenta para explorar facetas distintas e mais desafiadoras. Nobre entrega uma visceralidade ancestral, enquanto Chira expõe uma faceta mais shakespeariana do que costuma mostrar na TV.

Crédito: Folha de S. Paulo/ Divulgação

Emocionou-me estar de volta ao teatro, estar novamente prestigiando artistas em um palco. Mesmo estando sentado sozinho em uma fileira onde caberia umas doze pessoas, me senti envolvido e parte do jogo proposto pela peça, o que me provou que a magia do teatro vai continuar acontecendo, esteja o público onde estiver e da maneira como ele puder comparecer. Sem mais, apenas resta-me agradecer por poder prestigiar essa linda montagem e, mais uma vez, estar neste teatro tão incrível.

Capa do livro. Crédito: Divulgação


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Entrevista com Luciano Nassyn, do Trem da Alegria, disponível agora no YouTube

 Olá, pessoas!

Estou muito feliz de compartilhar com vocês mais uma entrevista que eu fiz para o canal de YouTube do Música Na Vida!!! O entrevistado da vez é o Luciano Nassyn, ex-integrante do grupo infantil Trem da Alegria, e que está completando 45 anos de carreira!

Nessa entrevista, vocês poderão conhecer um pouco mais sobre o Luciano e sobre esse fenômeno da década de 1980, além de saber mais sobre o nova ocupação do cantor - hoje ele é terapeuta holístico e tarólogo virtual.

Você pode conferir a entrevista completa clicando aqui ou no player abaixo!


Obrigado pela atenção de todos, e boa semana!

Abraços,
Caio César Mancin

domingo, 20 de setembro de 2020

Resenha do single “A Onda”, de Siso e Julia Branco

David Dines, conhecido por seu nome artístico Siso, lança, na próxima quinta-feira (24), seu novo single, “A Onda”, com participação especial da cantora mineira Julia Branco, e, para celebrar o vindouro sucesso, realizou uma festa virtual com os fãs que fizeram o pré-salvamento da canção na sua plataforma de streaming de preferência no último sábado (19), através do aplicativo Zoom.

Crédito: Divulgação/ Spotify

Siso e sua produção receberam seus convidados virtuais com um setlist delicioso e bem amarrado, enquanto esperavam todos os fãs chegarem para a primeira exibição do videoclipe, dirigido à distância por Fábio Lamounier, já conhecido da nova geração pela direção do clipe de “Pedrinho”, da também mineira Tulipa Ruiz.

Crédito: Divulgação/ Medium

“A Onda” é o primeiro single do segundo álbum de estúdio de Siso, cuja gravação estava originalmente planejada para o início do ano em Belo Horizonte (MG) mas, com a pandemia do novo Coronavírus, foi toda realizada de forma remota, no apartamento do artista em São Paulo (SP). A participação de Branco já era certa desde o fim de 2019, a composição foi toda feita à distância, uma vez que Siso estava na capita paulista, e Branco, em Salvador (BA), mas havia o planejamento de gravarem juntos os vocais na capital mineira – encontro este adiado por conta da quarentena por que todo o país vem passando. Até mesmo a gravação do videoclipe foi feita de maneira remota, com os artistas montando iluminação e cenografia sob as orientações do diretor.

Crédito: Florence Zyad/ Divulgação

Durante a primeira transmissão do videoclipe na festa virtual de lançamento, foi possível ver uma predominância das cores azul e branco e, segundo Siso, as cores são predominantes na linguagem artística do vindouro álbum, que sucederá “Saturno Casa 4”, de teor fortemente confessional e que trouxe um Siso exorcizando demônios do passado. Se considerada energia de “A Onda”, o disco novo vem com outra pegada, mais voltada para o pop e para as mensagens que mais querem ajudar ao outro do que ao próprio compositor e intérprete.

Crédito: Divulgação/ Tratore

Em live realizada no seu perfil do Instagram há alguns meses, Siso revelou outra música inédita, “Disco Antigo”, que tem uma vibe mais pop e lembra um pouco o som descolado de Guilherme Arantes nos anos 1980. Somando-se as duas canções, o novo lançamento certamente será bem mais dançante do que seu antecessor.

Depois das exibições do clipe (foram duas durante a live), Siso abriu espaço para perguntas e respondeu algumas curiosidades dos fãs presentes no evento: por ora, o lançamento do novo álbum será somente digital, tal qual foi “Saturno Casa 4”, mas há, sim, planos para lança-lo em formato físico, e os vocais de Branco para “A Onda” foram gravados diretamente no celular da artista e, mais tarde, depurados por uma boa mixagem e masterização.

Crédito: Divulgação

“A Onda” tem uma energia interessante e se distingue da proposta do álbum anterior de Siso justamente por fugir da proposta de diário aberto ao público e entrar com uma ideia de dar o caminho das pedras para aqueles que não tiveram as vivências necessárias para entender a complexidade do caminho. Siso é sempre sinônimo de sucesso, e a adição de Julia Branco ao trabalho fez da obra um trabalho mais redondo e delineado.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Entrevista com John Seabra disponível agora na YouTube!

 Olá, pessoas!

Hoje trago para vocês uma super novidade para aqueles que, como eu, amam o teatro musical brasileiro! Essa semana tive o prazer e o privilégio de entrevistar um dos atores e cantores mais talentosos de Brasília, John Seabra. John hoje mora em São Paulo/SP e está no elenco da segunda temporada do reality show musical "Talentos", da TV Cultura, apresentado por Jarbas Homem de Mello, um dos nomes mais importantes da cena teatral do país.

Créditos: BAA Talent Management/ Divulgação

Nessa entrevista John Seabra abre seu coração e sua vida para falar sobre saúde mental, religião e paixão por música, dança e teatro. Em um papo descontraído com Caio César Mancin, o artista não tem papas na língua e mostra que é mesmo um dos maiores talentos da capital federal. Clique aqui para conferir ou assista no player abaixo!


Obrigado a todos pela audiência!

Abraços,
Caio César Mancin

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Resenha do single “O Antídoto”, da Radiola Santa Rosa feat. Monkey Jhayam e Alienação Afrofuturista

A música tem suas variações e nuances, e falar da realidade sem cair na caretice de parecer resmungão é algo que poucos artistas conseguem fazer de forma satisfatória. Caio Bosco, um músico caiçara e um dos fundadores da Radiola Santa Rosa, é, sem dúvida, um desses artistas que consegue transformar o mundo à sua volta com o poder das palavras sem resvalar no comodismo da revolução que emana do sofá para dentro. Atualmente residente na França, Bosco traz de volta, depois de quatorze anos, o projeto de hip hop psicodélico que o fez famoso na região do Guarujá com um single impecável e comprovadamente atual.

Capa do single "O Antídoto". Crédito: Divulgação

“O Antídoto”, parceria de Caio Dubfones com Monkey Jhayam e Alienação Afrofuturista, fala sobre a pandemia de Covid-19, que prendeu o mundo todo em casa e nos fez descobrir novas formas de encarar a realidade pela tela do computador, e fala sobre união, palavra de suma relevância para o atual contexto em que temos governos separatistas e governantes desenfreados e que pouco pensam nos seus eleitores.

CD Radiola Santa Rosa - Disqueria no Shoptime
Capa do álbum ˜Disqueria". Crédito: Divulgação 

A Radiola Santa Rosa estourou na mídia em 2005, com o lançamento do álbum “Disqueria”, uma mistura de rap noventista com a estética tropicalista e a atitude flower power, elaborado com rimas influenciadas pela beat generation e pelas sonoridades psicodélicas. A Radiola ainda lança mais um disco, “Duberia”, antes de partir para um longo hiato, durante o qual Caio Bosco se dedicou aos seus trabalhos solo, dando origem à sólida carreira que, hoje, atinge mais do que o seu saudoso Guarujá, uma vez que Bosco já realizou diversos shows no exterior.

Caio Bosco. Crédito: Andressa Passetti/ Divulgação

Sem dúvida, “O Antídoto” é uma reflexão madura e segura sobre os tempos difíceis por que passamos atualmente, mas não será uma canção datada, uma vez que fala sobre cultura, e cultura, ainda que uns e outros tentem dirimir sua relevância, sempre será de suma importância para a vida humana. A música será lançada nessa sexta-feira (26) e a Radiola Santa Rosa promete mais singles ainda para 2020, além de um aguardadíssimo álbum de inéditas.