terça-feira, 27 de agosto de 2013

Show “Baby Sucessos”, Festival Todos os Sons CCBB Brasília, da Baby do Brasil – Apresentação de 25/08/2013

Olá, pessoas!
Sei que costumo postar a resenha crítica dos shows que vou na madrugada em que ele ocorreu, mas minha demora desta vez tem uma boa justificativa! Minha amiga Amanda Brants, que é fotógrafa amadora, tirou fotos imperdíveis do show da Baby do Brasil, e eu não poderia postar a resenha sem estas preciosidades! Agradeço à Amanda por ceder as fotos para o Música Na Vida, à Baby do Brasil e ao Pedro Baby pelo maravilhoso espetáculo, e ao YouTube, por hospedar mais um podcast do Música na Vida! Sim, já está no ar o segundo podcast, totalmente dedicado à música da década de 80!
Quero agradecer também a todos que acessam o Música Na Vida, e gostaria de pedir a todos que continuem visitando esse blog, que tem por função levar cultura e entretenimento de qualidade a todos que buscam isso! Porque música boa é no Música Na Vida!
Obrigado, pessoas!
Caio César.



Eu adoro assistir shows. Já fui a vários, e de gêneros variados. Já fui a espetáculos em casas de show, em teatros, em arenas de rodeio (sim, eu fui ao Festival de Peão de Barretos em 2005, e assisti a shows do naipe de Ivete Sangalo e Babado Novo – ainda com a Cláudia Leitte – mas eu divago, como diz meu colega blogueiro Zeca Camargo),... Mas nunca havia ido a um show na Esplanada dos Ministérios, em Brasília – a maior arena a céu aberto que, todo ano, recebe diversos shows, sempre lotados e sempre bem animados. E, desta vez, eu fui. E assisti a um maravilhoso espetáculo proporcionado pela encantadora popstora matrix Baby do Brasil – e ainda estou em uma espécie de furor interno, que me tira o ar dos pulmões ao me lembrar de cada música tocada, e cantada por mim aos berros. Não, Baby do Brasil não morreu, e está melhor do que nunca!

Créditos: Amanda Brants

Junto da minha companheira de aventuras, Amanda, fui para a Esplanada às 18h30. O evento seria realizado nos jardins do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, mas, devido a um acordo entre o Festival Todos os Sons – que o CCBB promove há sete anos, e traz artistas de diversos estilos para fazerem excelentes shows em Brasília – e o Cena Contemporânea – festival internacional de teatro que reuniu várias peças e vários espetáculos para serem apresentados em diversos locais da cidade, em uma espécie de circuito cultural -, o show da Baby foi transferido para a Praça do Museu da República, entre o Museu e a Biblioteca Nacional de Brasília, bem próximo da Catedral Metropolitana. Ou seja, bem no meio da cidade!

Créditos: Amanda Brants

Quando lá chegamos, ainda rolava os outros espetáculos do dia – antes do show principal da noite, havia um “Concerto Para Crianças” e um show de rock instrumental de uma banda chamada Passo Largo – e aproveitamos para ficar do lado de fora, comendo e bebendo. Só quando foi por volta de 20h30 é que entramos de fato no espaço do show. Fomos nos embrenhando no meio da multidão, e conseguimos chegar até as cadeiras, situada bem defronte ao palco. Sentamos por lá, e ficamos esperando o começo do espetáculo – mas, obviamente, assisti a mais da metade do show em pé, porque não dá para ficar parado ao som de Baby do Brasil!

Créditos: Amanda Brants

Por volta das 21h15, a banda - encabeçada por Pedro Baby, o filho homem mais velho de Baby com seu ex-marido Pepeu Gomes, que lhe deu mais cinco filhos – entrou no palco, e começou o show com um clássico do repertório de Baby Consuelo, “Olhos de Luzes”. Baby entrou no palco com seus cabelos violeta e sua saia roxa de tule, e já começou com suas brincadeiras e seus improvisos vocais de arrancar o fôlego. Em seguida, veio um dos grandes sucessos, “Telúrica” (diga-se de passagem, uma das minhas prediletas), a qual cantei como se não houvesse amanhã. Após este hit, veio uma da época dos Novos Baianos – banda da qual Baby Consuelo e Pepeu Gomes fizeram parte na década de 1970, ao lado de Moraes Moreira e de Paulinho Boca de Cantor – “Tinindo Trincando”. Então, logo na quarta música do show, Baby entregou uma parte do ouro e rendeu a plateia com “Sem Pecado e Sem Juízo” (mais uma que eu amo de paixão). E todos nos entregamos, mostrando mais de mil maneiras de amar Baby do Brasil, que não é mais Consuelo desde que encontrou Jesus e virou pastora evangélica – apesar de não ter abandonado muito de seu jeito amalucado e espoleta depois disso.

Créditos: Amanda Brants

Logo após este hit, acabei me acalmando um pouco daquela euforia que tomara conta de mim e me sentei com a Amanda nas cadeiras que achamos vagas. Baby, então, acalmou os ânimos também, e entrou com “Planeta Vênus”, do repertório de Pepeu Gomes – seu parceiro tanto musical quanto pessoal de tantos anos, e que lhe deu seis filhos maravilhosos (em ordem de nascimento: ‘Riroca – hoje Sarah Sheeva -, Zabelê, Nãna Shara, Pedro Baby, Kryshna Baby e Kryptus Rá) -, além de deixar Pedro, seu filho, mostrar sua virtuose na guitarra. Geralmente, Pedro canta essa música em dueto com Baby, mas, no dia deste show, ele estava rouco e não pôde acompanhá-la nos vocais – potencializando, assim, sua vontade de mostrar gana com uma guitarra na mão, e deixando claro o DNA do som que seu pai, um dos melhores guitarristas do mundo, lhe passou. Em seguida, Baby pôs Brasília para sambar com “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”, clássico de Moraes Moreira – que foi companheiro de Baby nos Novos Baianos.

Créditos: Amanda Brants

Após esta agitação, Baby chamou o romance para abrilhantar a noite, e cantou “Um Auê Com Você”. Após a música, contou um pouco da história de sua vida e de suas gravidezes, e de como Pedro Baby a convenceu a deixar o gospel um pouco de lado e a voltar a cantar seus sucessos que todo o Brasil sentia falta. Depois de um discurso emocionante, tocou um clássico, gravado no Festival de Montreux de 1980, “Minha Oração” – que ela afirmou ser, ainda hoje, a sua oração de cada dia.

Créditos: Amanda Brants

Então, logo em seguida, as luzes baixaram, e surge aquele riff de guitarra indefectível e inesquecível – era “Menino do Rio”, primeiro grande sucesso da carreira solo de Baby Consuelo, logo após o fim dos Novos Baianos. A letra de Caetano Veloso, linda como a grande parte das que este mestre escreve, ganhou ainda mais alegria quando, quase ao final da música, Baby, saindo como do compasso como de costume, disse que se lembrara de uma música fantástica, e cantarolou um trecho de “Acabou Chorare”, um dos grandes hits dos Novos Baianos e título do disco mais conhecido da banda. Ali, naquele momento, Baby levou o público ao delírio, e o fez adentrar ainda mais naquele êxtase de sensações. Após esta catarse, a niteroiense de 61 anos recém-completados nascida Bernadete Dinorah elevou o público ao espaço sideral com “Cósmica”, e Pedro Baby brilhou com sua guitarra poderosa.

Créditos: Amanda Brants

Então, logo após, o público, até então calado e um tanto apático, se levantou das cadeiras e começou a dançar – afinal, era “Todo Dia Era Dia de Índio”, sucesso de Jorge Ben Jor. Ao final da música, Baby já havia transformado a Praça do Museu da República em uma gafieira e fez um belíssimo improviso vocal em cima da música, deixando o povo ainda mais animado. Para deixar tudo mais incrível ainda, surge mais um grande clássico dos Novos Baianos, “A Menina Dança”, que Baby Consuelo eternizou aos dezenove anos de idade. Um tanto cansada e um tanto animada com o público acalorado que a recebia, Baby deixou o público cantar boa parte da música sozinho – até uma fã chegou a invadir o palco para ser “a menina que dança”, mas foi prontamente retirada pelos seguranças. Era óbvio que esse grande sucesso não poderia ficar de fora, e Pedro Baby, responsável pelo setlist, fez um ótimo trabalho de escolha de repertório, abrangendo todas as etapas da carreira de sua mãe antes da conversão religiosa desta.

Créditos: Amanda Brants

Após este grande hit, Baby e sua banda saíram do palco, mas voltaram para um bis. Baby do Brasil dedicou o bis ao seu grande parceiro da vida, Pepeu Gomes, e cantou duas das músicas mais famosas do casal: “Masculino e Feminino” e “Barrados na Disneylândia”. A primeira, um dos grandes sucessos da carreira solo de Pepeu, que pouco se arriscou a gravar cantando depois dos Novos Baianos, apesar de sua voz ser muito bonita. A segunda, baseada em uma história real ocorrida com a família Cidade Gomes, conta sobre o dia em que Baby e Pepeu foram barrados na porta do parque de diversões do Mickey por conta de seus cabelos coloridos, que chamavam mais a atenção do que os brinquedos. E claro que a plateia vibrou emocionada com estes dois clássicos estupendos da carreira musical de Baby Consuelo do Brasil. E claro que estou em êxtase até agora – este texto está repleto de hipérboles por conta desta onda de emoções.

Créditos: Amanda Brants

Desde o show da Madonna, no final de 2012, que eu não me divertia assim em um show. Pulei, dancei, cantei, suei – fiz a academia da semana! Ao final, depois de um espetáculo maravilhoso, ainda fui com a Amanda comer um delicioso cachorro-quente na Asa Sul, e ficamos comentando sobre o show. Amanda não era fã da Baby, conhecia poucas músicas dela, mas topou mesmo assim ir comigo ao show – e não se arrependeu. Disse-me até que ficou surpresa com a vibe da Baby, e que gostou bastante. “Obrigado por salvar meu domingo!” foi a frase que me fez ganhar o dia. Obrigado a você, Amanda, por existir! Adorei estar contigo neste show fantástico, e vou me lembrar disso para sempre!

Créditos: Amanda Brants


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