Créditos: Caio César Mancin / Instagram
Cheguei ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães por volta das 18h30, bem mais cedo do que o espetáculo, porque já estava ali por perto e minha casa fica longe do centro de Brasília. Logo ao chegar, tive uma grata alegria: Mel Lisboa, a protagonista do espetáculo, estava atendendo a imprensa na parte de trás do teatro. Consegui tirar uma foto com ela e lhe pedir um autógrafo.
Créditos: Produção Rita Lee Mora Ao Lado - O Musical
Em seguida, fui para a porta do teatro, e ali fiquei por mais de três horas esperando pela abertura do Auditório Master. Então, às 21h15, abriram as portas, e pude me acomodar na minha poltrona - primeira fileira, bem de frente para o palco. Fiquei muito feliz de ter conseguido um ótimo lugar, principalmente depois de Mel Lisboa, pelos alto-falantes, anunciar que fotos seriam permitidas durante o espetáculo, mas que estas fosse feitas sem o uso de flashes. Consegui ótimos cliques e gravei alguns trechos especiais e emocionantes da peça.
Créditos: Caio César Mancin
Com quase vinte minutos de atraso, "Rita Lee Mora ao Lado" teve início, com Mel subindo ao palco, junto de todo o elenco, para cantar, logo de cara, um grande sucesso da Rainha do Rock: "Agora Só Falta Você". A sinopse da peça é a seguinte: Bárbara Farniente (interpretada com muito talento por Carol Portes), vizinha de Rita e da família Jones, junto de sua mãe, Diva (interpretada pela hilária Nanni de Souza), tem sua vida toda atrelada à de Rita Lee - Diva era obcecada com Charles Jones (César Figueiredo), pai de Rita, e Bárbara sempre está implicando com Rita e com sua capacidade de se dar bem em quase todas as ocasiões. No início do espetáculo, Bárbara está tentando entrar no camarim de Rita Lee, mas um segurança a barra. Ela decide, então, contar a ele toda a história do que se passou em sua vida e na de Rita Lee. A vida da Rainha é narrada desde sua infância, ao lado de suas irmãs Mary (Yael Pecarovich) e Virgínia (Talitha Pereira), passando por suas bandas (Teenager Singers, Mutantes, Cilibrinas do Éden, e Tutti-Frutti) até a carreira ao lado de Roberto de Carvalho (interpretado com certa limitação cênica por Rafael Maia).
Créditos: Caio César Mancin
Créditos: Caio César Mancin
Mel Lisboa chama a atenção pela semelhança com Rita Lee - a atriz já declarou diversas vezes que fez um estudo de imersão na vida da cantora para dar vida à personagem, e é sabido que ela chegou a largar uma novela na Rede Record (que já estava sendo gravada, aliás) para poder encenar o texto de Débora Dubois, Márcio Macena e Paulo Rogério Lopes, baseado no livro "Rita Lee Mora ao Lado", do falecido autor Henrique Bartsch. Entretanto, Mel admite que não é cantora, e isso fica claro em cena - ainda que ela esteja bem afinada e cante todo repertório de Rita com destreza, sua voz ainda é pequena demais, com pouco alcance. Ela compensa essa falha com uma incorporação dos movimentos de Rita no palco, além de seus mil e um personagens inventados, cada um com uma voz diferente.
Créditos: Caio César Mancin
Créditos: Caio César Mancin
Outra coisa que também chama bastante a atenção são os personagens que fazem parte da trajetória de Rita Lee - todos são figuras icônicas, e quase todos estão reproduzidos de maneira quase fiel à realidade. Ney Matogrosso, interpretado com muita raça e muito talento por Fabiano Augusto, é um dos personagens mais marcantes do espetáculo, devido à autenticidade da representação e à excelente performance como cantor. A turma da Tropicália também está ali - Gal Costa (Yael Pecarovich, que canta lindamente), Gilberto Gil (Samuel de Assis, que ficou bem parecido com o original - menos na voz cantando), Caetano Veloso (Antonio Vanfill, que também faz Arnaldo Baptista, dos Mutantes), Sérgio Dias (Nellson Oliveira, que também interpreta o rei da bossa-nova, João Gilberto, quando este convida Rita para cantar "Jouxjoux e Balangandãs") - além de figuras como Tim Maia, Elis Regina (Flávia Strongolli, que faz um excelente papel como uma Elis revoltada, com Maria Rita nos braços, na porta do presídio onde Rita estava presa, grávida de três meses de Beto Lee, seu primogênito), e Hebe Camargo (Débora Reis, esplêndida como a diva da televisão brasileira, numa imitação tão real que chega a assustar).
Créditos: Caio César Mancin
Créditos: Caio César Mancin
Créditos: Caio César Mancin
São vários os sucessos da carreira de Rita que são executados, tais como: "Caso Sério", "Doce Vampiro", "Menino Bonito", "Chega Mais", "Flagra", "Mamãe Natureza", "Esse Tal de Roque Enrow", "Alô Alô Marciano", "Mania de Você", "Panis et Circensis", "Ovelha Negra", "Top Top", "Saúde", "Baila Comigo", "Agora Só Falta Você", "Erva Venenosa", "Hey Boy", "Ando Meio Desligado", "Coisas da Vida", "Banho de Espuma", "Lança Perfume", "Jardins da Babilônia", entre outros mais. Além destes, ainda tem os sucessos dos outros artistas que também integram a história que Bárbara Farniente está contando para o segurança, como: "Não Vou Ficar", "Sangue Latino", "Baby", etc.
Créditos: Caio César Mancin
Créditos: Caio César Mancin
De maneira geral, o espetáculo é incrível e prende a atenção de seus espectadores - especialmente por conta das músicas, tão conhecidas da nossa cultura, e que muitos (como eu) cantavam junto de Mel Lisboa e dos outros atores do elenco. A única ressalva que faço é que a duração da peça - 140 minutos - é um tanto exagerada, pois muitas esquetes não são necessárias para dar continuidade à história.
Créditos: Caio César Mancin
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"Rita Lee Mora ao Lado" é, com certeza, um espetáculo para ser reassistido quantas vezes forem possíveis, de tão bom que é - e poder cantar os grandes hits da Rainha do Rock nunca é suficiente para quem é fã de sua música... Mel Lisboa está imperdível, bem como todo o elenco.
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