terça-feira, 1 de março de 2016

And the Oscar goes to... Os grandes vencedores dos Oscars 2016

Olá, pessoas!

Sim, chegou o grande dia - ontem à noite foi a cerimônia de entrega dos prêmios do 88º Academy Awards, o nosso querido e estimado Oscars! Entre polêmicas e emoções, os Oscars foram, em sua grande maioria, bem concedidos, e o Música Na Vida vem agora para analisar todos os vencedores. Caso você não tenha acompanhado a cobertura completa do evento pelo nosso Twitter @musicanavidabsb, entre lá agora e dê RT em todos os tweets que achar interessante - aproveite também para nos seguir!

Bem, vamos lá:

Best Original Screenplay: "Spotlight", escrito por Josh Singer e Tom McCarthy

O Música Na Vida ainda não assistiu "Spotlight" mas, como o filme levou vários prêmios importantes no Academy Awards, ele já é nossa prioridade! Contando a história de uma investigação jornalísticas, o filme é, sem dúvida, uma ideia arrojada e bem trabalhada para falar da importância - e das controvérsias - que envolvem o jornalismo investigativo. Entre os concorrentes da categoria, talvez "Inside Out" fosse o único que poderia ter feito frente ao roteiro de Singer e McCarthy, mas raramente a Academia premia filmes de animação nas categorias de roteiro.

Créditos: The Boston Globe

Best Adapted Screenplay: "The Big Short", escrito por Charles Randolph e Adam McKay

Sem dúvida, um prêmio merecidíssimo - o roteiro de "The Big Short" foi construído de maneira inteligente e perspicaz, posto que visa a explicar a crise imobiliária norte-americana de forma técnica, porém sem alienar aqueles que não são do ramo, levando conhecimento de forma pedagógica para todos. McKay (também diretor do longa) e Randolph fizeram um trabalho exemplar enquanto roteiristas e, apesar de os outros candidatos não serem ruins, era improvável que outro levasse a estatueta.

Créditos: Nerd Union

Best Visual Effects: "Ex Machina", com efeitos visuais por Mark Williams Ardington, Sara Bennett, Paul Norris, e Andrew Whitehurst

Ainda não conferimos "Ex Machina", mas temos certeza de que os efeitos especiais devem ser impressionantes, posto que a película conta a história de um jovem introspectivo convidado a testar um androide de última geração que tem a forma de uma bela mulher - era óbvio que seriam necessárias medidas extremas quanto a efeitos visuais para dar verossimilhança ao enredo. Entretanto, não tenho certeza se estes foram superiores ao mostrado em "The Martian" ou "Star Wars: The Force Awakens" - que não inovou em tecnologia, como seus antecessores, mas utilizou muito bem a tecnologia de ponta de hoje.

Créditos: Film Snob Reviews

Best Sound Mixing: "Mad Max: Fury Road", com mixagem de som por Chris Jenkins, Gregg Rudloff, e Ben Osmo

Não achei justo ganhar "Mad Max: Fury Road" nessa categoria porque, como foi dito no post dos Oscars 2016, o wardrobe malfunction de alguns personagens dificultou a compreensão de algumas falas - se não fosse pelas legendas, eu não entenderia jamais as falas de Immortan Joe ou de Max quando ele está preso na frente do carro. O filme é, sem dúvida, excelente, mas peca nesta categoria - logo, sua vitória, aqui, foi injusta.

Créditos: Sink Hacks

Best Sound Editing: "Mad Max: Fury Road", com edição de som por Mark A. Mangini e David White

Nessa categoria, "Mad Max: Fury Road" está de parabéns - seu trabalho aqui é de arrancar o fôlego e de prender integralmente a atenção do espectador. Como eu disse no post dos Oscars 2016, o filme era favorito aqui, e não deu outra!

Créditos: Business Insider

Best Live Action Short Movie: "Stutterer", uma obra de Benjamin Cleary e Serena Armitage

O Música Na Vida não assistiu a nenhum curta-metragem em live action por conta da indisponibilidade destes nas redes de cinema tanto na França quanto no Brasil, e também nos serviços de streaming e de torrents. Fica aqui o nosso apelo para que alguma destas se compadeça para com a indústria de curtas-metragens e passe a exibi-los com frequência nas salas de cinema e, especialmente, a reprisá-los quando na época das premiações.

Créditos: Cinema Jam

Best Animated Short Film: "Bear Story", uma obra de Pato Escala Pierart e Gabriel Osorio Vargas

O Música Na Vida não assistiu a nenhum curta-metragem de animação por conta da indisponibilidade destes nas redes de cinema tanto na França quanto no Brasil, e também nos serviços de streaming e de torrents. Fica aqui o nosso apelo para que alguma destas se compadeça para com a indústria de curtas-metragens e passe a exibi-los com frequência nas salas de cinema e, especialmente, a reprisá-los quando na época das premiações.

Créditos: Indie Wire

Best Production Design: "Mad Max: Fury Road", com direção de arte por Colin Gibson e Lisa Thompson

Era óbvio que o novo filme da cinessérie do diretor George Miller levaria diversos prêmios nas categorias técnicas; no entanto, o trabalho da equipe de direção de arte aqui não era o melhor dos indicados - "The Martian", sem dúvida, era meu favorito, por conta das locações e da cenografia utilizadas. Além disso, "Mad Max: Fury Road" deve mais de sua direção de arte à equipe de efeitos visuais do que aos profissionais deste setor.

Créditos: Coisa de Cinéfilo

Best Original Song: "Writing's On The Wall", composta por Jimmy Napes e Sam Smith, e interpretada por Sam Smith

Não era a minha canção favorita a levar a estatueta - principalmente por eu não gostar do cantor, nem da abertura de "007: Spectre", filme para o qual a canção foi composta - mas respeito a decisão da Academia. Infelizmente, ao apresentar a canção na premiação ao vivo, Smith desafinou em diversos momentos e deixou a desejar no que tange à performance, além de ter cometido uma gafe ao aceitar o prêmio, dizendo que gays assumidos nunca haviam ganho um Oscar antes - ele logo foi desmentido por profissionais da indústria, que relembraram que Dustin Lace Black, roteirista de "Milk", e Elton John, cantor e compositor da trilha sonora do filme da Disney "O Rei Leão", já haviam ganho a estatueta antes de Smith e eram abertamente homossexuais. Se não sabia da história do movimento nem da premiação, deveria ter feito como Glória Pires e comentado "não sou capaz de opinar"...

Créditos: Make Me Feed



Best Original Score: "The Hateful Eight", com trilha sonora original composta por Ennio Morricone

Muito se falou de Leonardo DiCaprio e sua luta por um Oscar nesses anos, mas poucos se lembravam que Ennio Morricone, um dos grandes ícones das trilhas sonoras de filmes western, também buscava justiça - com seis indicações ao Oscar sem nunca ter levado, um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra, e com 87 anos, Morricone mais do que merecia ganhar seu primeiro Oscar, de fato, por seu trabalho em um filme, posto que o prêmio honorário nada mais foi do que uma reparação histórica da Academia para com o compositor italiano. Convidado pelo diretor Quentin Tarantino, Morricone voltou ao western e conseguiu faturar o prêmio mais importante da indústria cinematográfica.

Créditos: Rolling Stone US

Best Makeup and Hairstyling: "Mad Max: Fury Road", com maquiagem e penteados por Lesley Vanderwalt, Elka Wardega, e Damian Martin

Sem dúvida, um trabalho primoroso - a maquiagem utilizada em "Mad Max: Fury Road" foi um dos pontos altos do filme, e reforçou a expressividade da caracterização dos personagens. Um prêmio merecidíssmo - um dos muitos que o filme de George Miller faturou nesta noite!

Créditos: HitFix

Best Foreign Language Film:"Son Of Saul", original da Hungria, uma obra de Lázló Nemes

O Música Na Vida não pôde assistir a nenhum dos filmes indicados na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, e isso se deve às dificuldades para encontrá-los nos cinemas e nos serviços de streaming e de torrents - neste último, difícil encontrar legendado em inglês ou francês ou português. Fica aqui nosso apelo para que estes filmes sejam logo disponibilizados para download para o público.

Créditos: TIME

Best Film Editing: "Mad Max: Fury Road", com edição de filme por Margaret Sixel

Mais uma estatueta faturada pela franquia "Mad Max" da qual discordo... Como eu disse no post dos Oscars 2016, o trabalho nesta categoria está aquém dos outros trabalhos de George Miller enquanto integração da ação e do roteiro, mas o crédito que deve ter levado à vitória se deve ao trabalho, mais uma vez, da equipe de efeitos visuais, que basicamente sustenta o filme.

Créditos: Collider

Best Documentary - Short Subject: "A Girl in the River: The Price of Forgiveness", uma obra de Sharmeen Obaid-Chinoy

O Música Na Vida não pôde assistir a nenhum dos filmes indicados na categoria de Melhor Documentário de Curta Metragem, e isso se deve às dificuldades para encontrá-los nos cinemas e nos serviços de streaming e de torrents - neste último, difícil encontrar legendado em inglês ou francês ou português. Fica aqui nosso apelo para que estes filmes sejam logo disponibilizados para download para o público.

Créditos: NBC News

Best Documentary - Feature: "Amy", uma obra de Asif Kapadia and James Gay-Rees

O prêmio foi merecidíssimo, posto que "Amy" é um trabalho ideal no que tange à documentários biográficos devido à riqueza de material de arquivo e ao acesso do diretor a pessoas próximas da biografada. A vida de Amy Winehouse foi cercada de excessos, mas o documentário mostra, de uma forma sutil e prazerosa, que ela usava isso como uma máscara para seus problemas estruturais familiares. O pai da cantora já veio a público reclamar de como fora retratado no documentário de Kapadia, mas é de conhecimento geral que o cineasta não mente ao afirmar que Mitch Winehouse ignorou os sinais da debilidade da saúde de Amy por ganância e por ser um pai irresponsável e ausente.

Créditos: Refrão Na Rede

Best Director: Alejandro González Iñárritu, por "The Revenant"

A vitória de Iñárritu era esperada, por conta de todo o hype em torno do diretor mexicano nos últimos anos, mas não foi exatamente merecida. Seu trabalho é, sim muito bom, mas sua reincidência na categoria é injusto para com o restante de seus colegas, e reafirma a crise de criatividade que Hollywood atravessa há alguns anos.

Créditos: Wired

Best Costume Design: "Mad Max: Fury Road", com figurinos de Jenny Beavan

O trabalho da figurinista do filme de George Miller é sensacional, e denota a integração entre os elementos minimalistas e o curso do enredo do longa. Sem dúvida, as roupas deixam claro as disparidades entre autoridades na luta pelo controle do bem mais precioso do mundo - a vida.


Créditos: Collider

Best Cinematography: "The Revenant", com cenografia de Emmanuel Lubezki

Ganhador da categoria pelo terceiro ano seguido. Lubezki é um excelente profissional, porém vejo-me em meio a um dilema: a Academia vem superestimando suas capacidades enquanto cenógrafo, ou a indústria hollywoodiana está carente de profissionais tão bons ou melhores do que ele? A verificar pelos outros indicados, sinto-me mais direcionado para a primeira categoria - ainda que seu trabalho no longa de Iñárritu tenha sido exemplar, a fotografia de Robert Richardson em "The Hateful Eight|" é igualmente breathtaking, e não deve nada ao trabalho realizado por Lubezki em seus filmes vencedores - são eles: "Gravidade", "Birdman", e "O Regresso".

Créditos: Cinespoon

Best Animated Feature Film: "Inside Out", uma obra de Peter Docter e Jonas Rivera

Sim, era óbvio que a superprodução milionária dos estúdios Disney e Pixar iria faturar o prêmio nesta categoria. Sim, ele tinha bons concorrentes. Não, "O Menino e o Mundo" não era o melhor filme indicado, mas, sim, Alê Abreu merece crédito por ter chegado a ser indicado quando muitos de seus colegas de profissão estão ralando por pouco dinheiro no mercado brasileiro de animações, que está bem sucateado e apagado. Ainda acho que "When Marnie Was There", o sensível trabalho do Studio Ghibli, foi muito melhor do que "Inside Out", mas o nacionalismo norte-americano anda em alta atualmente.

Créditos: Galileu

Best Actress in a Supporting Role: Alicia Vikander, por "The Danish Girl"

Em comparação com suas concorrentes, não tinha para ninguém: Alicia Vikander estava excelente em "The Danish Girl", interpretando a compreensiva esposa do transsexual Lili Elbe, chegando, em diversas cenas, a eclipsar a atuação às vezes hiperdimensionada de Eddie Redmayne, o protagonista. Sua vitória é merecida, e espero que sirva de incentivo para ela continuar a ser chamada para bons papéis.

Créditos: Mashable

Best Actor in a Supporting Role: Mark Rylance, por "Bridge of Spies"

Uma surpresa para alguns, a vitória de Mark Rylance, um veterano dos teatros ingleses mas um novato nas telonas, não foi tão surpreendente para aqueles que assistiram "Bridge of Spies": ele é, simplesmente, impecável e catártico neste filme, e deixa muitos de seus concorrentes no chinelo - Tom Hardy e Sylvester Stallone foram uma poeira diante do brilho de Rylance no longa de Steven Spielberg. Sem dúvida, um prêmio merecidíssimo - espero que ele continue na indústria cinematográfica, porém sem abandonar os palcos ingleses!

Créditos: The Verge

Best Actress in a Leading Role: Brie Larson, por "Room"

O Música Na Vida ainda não conferiu "Room", porém as críticas e os prêmios aos quais o filme foi indicado denotam uma película de suma importância para compreender o amor materno e o sofrimento de uma mulher mantida por anos a fio em cativeiro. As expectativas são altas, e a vitória de Brie Larson só aumentam estas.

Créditos: Wired

Best Actor in a Leading Role: Leonardo DiCaprio, por "The Revenant"

Finalmente chegou a vez do Oscar do DiCaprio! Depois de tantas injustiças cometidas pela Academia, o ator conquista o prêmio máximo da indústria cinematográfica ao interpretar um personagem real em um filme frio e arrastado, porém salvo pela expressão corporal impecavelmente trabalhada de DiCaprio. Não é, de fato, seu melhor papel no cinema, mas serviu para compensar os memes originados da saga dele para chegar até lá.

Créditos: Makeup Magazine

Best Picture: "Spotlight", uma obra de Michael Sugar, Steve Golin, Nicole Rocklin, e Blye Pagon Faust

A grande surpresa da noite foi a vitória de "Spotlight" na categoria principal, mas o fato de ter ganho como Melhor Roteiro Original elevou razoavelmente as chances de isso acontecer, posto que o pilar central de um filme é o seu roteiro - tudo ocorre em torno dele e da história que ele narra. No entanto, o Música Na Vida ainda não assistiu a esse longa; logo, não tenho o que dizer sobre ele ter ganho. O meu favorito era " The Big Short", mas eu sabia que "Spotlight" teria grandes chances por se tratar de uma história polêmica.

Créditos: Dissidente

Bom, galera - é isso! Muito obrigado a todos que participaram da nossa cobertura via Twitter, e espero que vocês tenham gostado! Ano que vem estaremos de volta! Ah, e não se esqueçam: mesmo já tendo passado a cerimônia, o post dos Oscars 2016 continuarão sendo atualizados conforme formos assistindo os filmes que ficaram para trás na nossa maratona - então fique de olho para não perder novas opiniões!

Abraços,
Caio César

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