Assistindo novamente, contudo, traz uma sensação agridoce: ao mesmo tempo que é delicioso rever esses personagens tão queridos e carismáticos, como o próprio Fantasma ou Christine Daaé, presta-se mais atenção nos erros e detalhes do que da primeira vez – ainda que eu não estivesse num lugar privilegiado, posto que estava no balcony, colado ao teto do teatro, muito acima das luzes do palco. Pude, desta vez, ver com mais detalhes as artimanhas utilizadas para surpreender o público – se você nunca viu a peça, por favor pule este parágrafo, pois darei spoilers... Christine e o Fantasma têm alternantes para a icônica cena do barco que, além disso, tem vocais pré-gravados para não ter erros; o sobe-e-desce de elevadores para a cena do telhado é falho e depende do sinal do ator que interpreta o Fantasma para começar, deixando a cena mais demorada mas disfarçando esse atraso como pausa dramática; e, por último, Raoul nunca parece estar realmente sufocado pela corda que o prende no portão do covil do Fantasma, posto que sua voz sai clara e limpa, não esganada e com dificuldade, como seria de se esperar. Além de tudo isso, ainda teve o inconveniente de o microfone do ator que interpreta André Firmin estar com problemas no número “Notes.../Prima Donna”, denotando que o velho problema dos microfones defeituosos acontece até mesmo nas mais sofisticadas apresentações de teatro musical, não é um problema somente de montagens menores.
No mais, a peça não tem excessos: os personagens são exatos e irretocáveis, a história é mais do que conhecida dos apreciadores de teatro musical, a música é linda e encantadora, e a apresentação atinge o padrão exigido pela produtora The Really Useful Productions, de Webber. Ainda farei, sem dúvidas, resenhas das montagens mundo afora, mas as que mais almejo atualmente são a de New York e a de São Paulo. Quem sabe depois de passar em um concurso público? Estamos aí na luta...
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