sábado, 19 de julho de 2014

Amy Winehouse: uma estrela cadente

Olá, pessoas!

Sei que estou bem sumido, que deixei de cumprir um monte de promessas de início de ano que fiz, mas aqui estou, humilde, me retratando dessa série de erros. Bem, como os leitores mais atentos devem presumir, estou finalmente de férias novamente - mas, como decidi realmente tirar férias dessa vez, ao invés de viajar ou de fazer projetos paralelos, faz quase duas semanas que minha vida se resume em livros, filmes, edredom e travesseiros. O semestre da faculdade foi extremamente cansativo, mas estou bem disposto agora - e aqui estou, para provar que eu posso tardar a cumprir minhas promessas, mas não falho nesta missão!

Uma prévia do que se resumiu minhas férias, por enquanto...

Quem acompanha o Música Na Vida pelas redes sociais já deve ter visto, mas se você ainda não curte nossa página no Facebook ou não se inscreveu ainda no nosso canal do YouTube , tenho mais uma novidade antes do assunto em questão que me trouxe aqui hoje: saiu o novo JUKEBOX! O sexto episódio da série de vlogs que o Música Na Vida está promovendo traz uma resenha crítica sobre o disco "Admirável Chip Novo", da cantora baiana Pitty. Assistam no player abaixo, e se divirtam com as minhas impressões sobre este maravilhoso trabalho de estúdio desta cantora, que é a maior expoente feminina do rock nacional da atualidade.


Bem, acho que tenho que dizer que escrever sobre Amy Winehouse não é uma tarefa muito simples - essa inglesa, nascida em Londres, no bairro de Southgate, em 14 de setembro de 1983, foi uma figura extremamente polêmica e dividia opiniões do público quanto ao seu comportamento e ao seu futuro (que, inevitavelmente, seria trágico), mas seu talento enquanto cantora e compositora era indiscutivelmente inegável. Amy Jade Winehouse era filha de Mitchell, um taxista, e de Janis, uma farmacêutica. De família judia, era a filha mais nova do casal, que também era pai de Alex, quatro anos mais velho do que Amy.

A pequena Amy, bem antes da fama

Em 1992, aos nove anos de idade, começou a frequentar a Susi Earnshaw Theatre School, onde estudou melhor seu alcance vocal, além de ter aprendido sapateado. Quatro anos mais tarde, formou, junto de Juliette Ashby, sua amiga de infância, o duo de rap Sweet 'n' Sour. No ano seguinte, em 1997, aos 14 anos, foi estudar na Sylvia Young Theatre School, mas foi expulsa por conta de seu mau comportamento e por ter colocado um piercing no nariz. Em 2000, tornou-se uma das vocalistas da National Youth Jazz Orchstra, e logo acabou sendo notada pelos executivos da Island Records Groups, subsidiária da Universal Music no Reino Unido, e em outubro de 2003 lançou seu primeiro álbum, "Frank".

"Frank", o primeiro disco de Amy


"Frank" foi produzido por Salaam Remi, um dos primeiros produtores que viu o potencial de Winehouse, e enveredava para uma pegada mais jazz. Com exceção de "Moody's Mood For Love" e de "(There Is) No Greater Love", Amy Winehouse compôs todas as músicas do disco, que se tornou um grande sucesso de vendas e de crítica, e acabou rendendo à cantora dois BRIT Awards, além de indicações ao Mercury Prize e ao MOBO Awards. Winehouse se tornou uma artista de relativo renome no Reino Unido e conquistava cada vez mais fama, mas o sucesso veio com um problema recorrente de alcoolismo, que levou sua gravadora a procurar uma clínica de reabilitação para a cantora. Entretanto, os médicos da clínica lhe disseram que seu caso não era de internação, e Mitch, pai de Amy, endossou o veredicto médico. Assim, nascia o embrião de "Rehab", principal single do vindouro álbum de Amy Winehouse, cujo sucesso a faria uma das cantoras mais famosas do século XXI: "Back to Black".


Com o sucesso de "Frank", Amy tocou no Glastonbury Festival e no Montreal International Jazz Festival. Para o processo de composição do seu segundo disco, a artista resolve que era hora de arriscar uma nova pegada - contratou, então, a banda The Dap-Kings, que atua ao lado da renomada cantora Sharon Jones, para realizar os arranjos de suas novas músicas, e chamou, além de Salaam Remi, o famoso produtor musical Mark Ronson, para produzir "Back to Black", que saiu em outubro de 2006, e se tornou um fenômeno de magnitude mundial. Em pouco tempo, Winehouse atingiu o primeiro lugar nas paradas britânicas, e saiu em segundo lugar na Billboard Hot 200.

"Back to Black", o segundo disco de Amy, e o mais famoso e premiado de sua carreira


A cantora cativou o mundo com sua voz inigualável e seu visual pin-up rebelde - Amy mudara sua imagem depois do sucesso de "Frank", quando começou a fazer diversas tatuagens pelo corpo e quando começou a namorar com Blake Fielder-Civil, oficialmente um assistente de produção de vídeo, com quem ela se casou em 2007, e com quem vivia um relacionamento conturbado por conta de brigas homéricas, amplamente cobertas pelos tabloides britânicos, e de uso abusivo de drogas de ambas as partes. De acordo com "Amy Winehouse: The Biography", de Chas Newkey-Burden, publicado em 2008, o pai de Amy já confirmou diversas vezes que foi Blake quem a introduziu no mundo das drogas, e que eles faziam uso abusivo de cocaína e heroína, além de bebidas alcoólicas. Amy também sofria de distúrbios alimentares, e estava sempre insatisfeita com seu corpo - seu emagrecimento doentio também foi alvo de diversas fofocas de tabloides, que consideravam Winehouse como um ótimo chamariz de confusão e, consequentemente, de vendas de exemplares documentando sua conturbada vida.


Em novembro de 2007, foi lançado o primeiro DVD ao vivo da carreira de Amy Winehouse, "I Told You I Was Trouble", que trazia sua memorável performance na famosa casa de shows Shepherd's Bush Empire. O sucesso de "Back to Black" foi consagrado pelas principais premiações mundo afora - Winehouse faturou Grammys, BRITs, MOBOs, Mercurys, Ivor Novellos, MOJOs, EMAs, entre outros diversos prêmios do mundo da música. Amy, infelizmente, não pôde comparecer à cerimônia do Grammy Awards que a sagrou, por conta de seus problemas com a justiça, que não permitiu a emissão de seu visto para os Estados Unidos. O disco continuou a ser um grande sucesso de vendas e de críticas ao longo de 2008, mas a vida pessoal de Winehouse estava mais em voga do que sua música a partir dali.


No ano de 2011, Amy chegou a se apresentar no Brasil, em uma tentativa de retomar a carreira musical, mas não houve êxito - em Belgrado, Sérvia, ela chegou a ser amplamente vaiada, e acabou abandonando o palco, no que foi sua última apresentação ao vivo. Seu último trabalho em estúdio foi a canção "Body and Soul", que gravou em dueto com Tony Bennett, para o disco deste. A canção, no entanto, foi ao ar postumamente - Amy Winehouse foi encontrada morta em sua cama em 23 de julho de 2011, por seu guarda-costas pessoal. O inquérito subsequente à morte da artista deixou claro que a autópsia concluiu que a causa mortis fora envenenamento acidental por álcool - Winehouse tinha em seu sangue um volume cinco vezes maior de álcool do que o permitido pela lei britânica de trânsito.


Infelizmente Amy Winehouse acabou por integrar o famigerado Clube dos 27, denominação vulgar dada pela imprensa aos artistas brilhantes que morreram aos 27 anos de idade, tais como Kurt Cobain, Jimi Hendrix, Janis Joplin, entre outros. Winehouse deixou um legado de uma voz poderosa e de uma compositora habilidosa e poética - suas letras, quase todas sobre desilusões amorosas com os homens de sua vida, eram carregadas de emoção e de verdade. Sua obra, embora pequena, foi fundamental para o futuro do mercado fonográfico, ao abrir portas para cantoras brancas que têm voz de negras, como Joss Stone, Duffy, Adele, entre outras. A vida pessoal de Amy é um amplo portfólio do que a presença massiva da imprensa sobre a vida pessoal dos artistas pode causar à sanidade mental de quem estava sempre sob os holofotes.


Bom, acaba aqui a biografia da Amy Winehouse! Espero que todos tenham gostado do texto que, embora longo, foi muito bem construído e pautado em ampla pesquisa bibliográfica pela internet e pelo livro de Chas Newkey-Burden. Em breve, retornarei com novidades!

"Amy Winehouse: The Biography", biografia não-autorizada da cantora, escrita por Chas Newkey-Burden

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Abraços,
Caio César.

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