Olá, pessoas!
Vou publicar hoje a segunda parte do especial Tulipa Ruiz do blog. Publico aqui a minha música predileta de seu novo trabalho, "Tudo Tanto", e, tenho que confessar, depois que li a história dos bastidores de sua composição, fiquei mais encantado ainda com ela!
Bem, a canção em questão é "Víbora", que foi, nas palavras de Gustavo Ruiz, irmão de Tulipa e principal parceiro de composição, "a composição mais coletiva do álbum" - foi escrita a 10 mãos! Segundo Tulipa, ela e Gustavo começaram a compô-la nos ensaios para o álbum, mas que, a certa altura, nenhum deles sabia como fazer evoluir a música. Foi, então, que entrou o Criolo, conhecido rapper brasileiro da atualidade e amigo de Tulipa, que ajudou a fazer acontecer a música.
Ainda co-composta por Caio Lopes, que toca bateria na música, e por Luiz Chagas, pai de Tulipa e Gustavo, que, assim como o filho, também toca na banda dela, "Víbora" tem uma melodia tensa e letra densa e inquisidora. A canção, a meu ver, serve como uma espécie de acusação do réu em uma tribuna judicial, e tem um ar poético incomum às canções de hoje em dia, um ar retrô comum a muitas das composições dos irmãos Ruiz. Devo admitir, obviamente, que sou apaixonado por essa inspiração no passado - posso ser jovem, mas meu espírito é velho, e por isso, sei admirar o passado com respeito e paixão.
Bem, depois de explicada a música, creio que já possa postar, então, a letra dela. Por favor, escutem-na se puderem - estou sabendo que Tulipa fará show aqui em Brasília amanhã, e estou lamentando muito não poder ir, mas vou comemorar o aniversário da minha irmã, que é dia 5, com a família, e eu não posso faltar! Afinal, assim como Tulipa e Gustavo Ruiz, eu e minha irmã Duda somos bem unidos e compartilhamos muitas coisas! Duda, te amo demais!
Aqui vai a letra! Espero que gostem! Ah, e espero ter a resenha do "Tudo Tanto" pronta até sábado - preciso sentar e escrevê-la e, com o fim das aulas na UnB (sim, já estou de férias de novo...), terei tempo para fazer isso com calma.
Abraços a todos,
Caio César.
Teria sido bem melhor se você tivesse nos contado tudo
A gente aqui esperando você falar alguma coisa
E você aí, bem na nossa frente mudo
A gente nunca esperou isso de você
Essa coisa esquisita de ficar em cima do muro
Até parece premeditado, fake, feito de propósito
Que você mudou de lado, juro
Até parece máscara, ópera, víbora
Mas é só você
Que tem o dom
De me enganar
Me seduzir
Me desdobrar
De me cuspir
Só pra me obter
Metade homem, metade omisso
Uma parte morta, outra parte lixo
O teu cheiro, a tua trama, a tua transa
Hoje eu não vou querer
Até parece máscara, ópera, víbora
Mas é só você
Que tem o dom
De me enganar
Me seduzir
Me desdobrar
De me cuspir
Só pra me obter
Metade homem, metade omisso
Uma parte morta, outra parte lixo
Não sou moura torta, macabéa, poliana, franciscana
Nada pra você
E você é um equívoco
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