sábado, 9 de março de 2013

David Bowie

Olá, galera!
Finalmente, estou de férias da UnB! Só terei quinze dias de descanso, mas já está valendo! Neste tempo, tentarei me dedicar mais aos posts daqui - meu sonho seria um post por dia, mas ficará apenas nos sonhos por enquanto...
O artista de hoje estava sumido dos holofotes há mais de dez anos, mas fez um retorno digno de sua majestade nos últimos meses, quando lançou subitamente uma música nova e a capa de seu vindouro álbum. Entretanto, a música que postarei hoje é antiga, de uma época em que ele era um marciano que caíra na Terra por engano. Sim, é claro que estou falando de David Bowie!
A música de hoje será "Lady Grinning Soul", última faixa do sexto álbum da carreira de David Bowie, "Aladdin Sane". O álbum, famoso por sua icônica capa e por ser a seguinte etapa à vida e morte de Ziggy Stardust, alter-ego extraterrestre de Bowie, foi lançado em 1973 e, até hoje, é considerado um dos melhores álbuns da história mundial da música.
Bowie, depois de ter chocado o mundo com o glam rock cheio de brilhos e androginia com sua persona de outro planeta, declarou em entrevistas que Ziggy Stardust estava morto, e que ele teria que se reinventar agora. Então, eis que surge o projeto “A Lad Insane, como foi seminalmente denominado por Bowie, e que deu origem ao belíssimo ensaio fotográfico da capa do disco, assinado por Brian Duffy. Em declaraçóes recentes, Chris Duffy, filho do fotógrafo e detentor dos direitos autorais do trabalho de seu falecido pai, disse que a capa de “Aladdin Sane” é a “Monalisa do rock”, tamanha a dimensão e importância deste título na discografia mundial. Foi ideia de Bowie o raio no meio da cara, mas a lágrima, segundo declaração do próprio Bowie à revista “Rolling Stone”, foi ideia de Duffy.
Com a “aposentadoria” de Ziggy, Bowie pôde promover um avanço em sua música, deixando-a ainda mais psicodélica e esquizofrênica – o próprio título original era uma consideração à esquizofrenia, mal do qual o irmão de Bowie sofria. Com a ideia na cabeça, Bowie gravou todo o disco no circuito Londres – Nova York, dividindo-se entre o Trident Studios e o RCA Studios, respectivamente. As quinze faixas do disco foram todas compostas por Bowie, exceto “Let’s Spend The Night Together”, cover da música de 1967 da banda Rolling Stones, capitaneada por Mick Jagger – este, já descrito em biografias não-oficiais, como um suposto affair de Bowie, que teria sido flagrado uma vez por Angela Bowie, ex-esposa de David.
David Bowie, desde que surgiu como um cantor revolucionário e destemido, transgredindo todos os limites entre masculino e feminino, foi polêmico e, ao mesmo tempo, fonte de inspiração para muitos. Se você analisar bem os popstars de hoje em dia, verá clara influência do estilo de Bowie, seja da era Ziggy Stardust, Aladdin Sane, ou qualquer outra identidade que o artista tenha assumido, ou qualquer outra fase interessante da carreira dele. Madonna, Lady Gaga, Adam Lambert, Adam Levine (do Maroon 5), Britney Spears, Ke$ha,… Todos têm um pouco de David Bowie em sua gênese musical e em sua teatralidade no palco. A androginia de Bowie, após transformar completamente o mundo musical, saiu dos palcos e, indubitavelmente, invadiu as passarelas. Coleções setentistas vêm fazendo sucesso desde quando era atual, com marcas como Chanel e Yves Saint-Laurent, e estilistas como Alexander McQueen e Vivienne Westwood, fazendo peças tanto de prét-à-porter quanto de haute couture inspiradas neste estilo. Além disso, modelos andróginos, que desfilam tanto roupas masculinas quanto femininas, como o bósnio Andrej Pejić – que, inclusive, participa do novo clipe de Bowie, “The Stars (Are Out Tonight)”, mas disso falaremos depois… - e a croata Kristina Salinovic, viraram moda graças aos esforços de Bowie lá no passado, como quando este posou para a capa do disco “The Man Who Sold The World”, em que Bowie posou com um “vestido para homens”, assinado pelo estilista Michael Fish.
Lembram-se que citei a revista “Rolling Stone” há uns parágrafos atrás? Pois, então, neste mês, em que Bowie lançou dois singles novos e que seu álbum “Aladdin Sane” completa 40 anos de lançamento, a revista, na sua edição brasileira, estampa o cantor. A revista, que eu obviamente adquiri, tem como capa um outtake do ensaio de “Aladdin Sane”, e lá está Bowie, com o raio no meio do rosto e seus olhos bicolores encarando o observador. E, por falar no disco novo, as novidades sobre ele são bem animadoras: previsto para sair neste mês de março, “The Next Day” já é campeão mundial de pré-vendas tanto em formato físico quanto digital. Sua capa é uma versão modificada da capa original do disco “Heroes”, datado de 1977, em que pôs-se um quadrado branco no meio da foto em preto-e-branco de Bowie, e riscou-se o título original do disco, pondo-se o novo nome no meio do quadrado branco.
Do novo trabalho, já foram divulgados dois singles, com seus respectivos videoclipes. “Where Are We Now?”, cujo clipe é uma coletânea de imagens de arquivo da cidade de Berlim, onde Bowie morou durante seu exílio na Alemanha, onde morou de 1976 a 1979, ao passo que “The Stars (Are Out Tonight)” é um conto sobre a perseguição às celebridades – coisa que Bowie conhece muito bem, mas que consegue se movimentar longe deles – que conta com a participação da atriz inglesa Tilda Swinton interpretando a esposa de Bowie, além das participações de Andrej Pejić e de Saskia de Brauw como as celebridades que perseguem Bowie e Swinton, e de Iselin Steiro como uma versão mnais jovem do cantor. Muito bem elaborado, e com uma intrincada estória por trás, o clipe é bem estranho, mas reflete toda a inquietude de Bowie, reprimida pelos últimos dez anos sem novidades musicais, desde um infarto durante sua última turnê, em 2004.
“The Next Day” foi anunciado no dia do 66º aniversário de Bowie, junto do lançamento do single “Where Are We Now?” e causou comoção mundial. Como Bowie tinha um disco pronto e ninguém sabia? Conforme esclarecido mais tarde, havia dois anos que o cantor estava gravando o disco novo em segredo, fazendo sessões sazonais de gravação num estúdio em Nova York. Ansiosamente aguardado por todos os fãs e, claro, pela mídia, “The Next Day” tem tudo para se transformar em mais álbum clássico da brilhante carreira de David Bowie. Já escutei o álbum, disponível gratuitamente para streaming na iTunes Store, e posso lhes dizer que foi incrível a experiência!
Bem, agora vamos à música de hoje, de fato: “Lady Grinning Soul”, com letra de Bowie, surgiu do encontro que o cantor teve com a cantora de soul Claudia Lennear em 1972, e, com seu ritmo em estilo tema de filme de James Bond, tem como principal chamariz o teclado belíssimo e a voz afinada de Bowie, atingindo notas agudas nunca antes vistas na discografia do artista. Recentemente, foi utilizada no filme “The Runaways”, que conta a história da banda homônima, que tinha Joan Jett e Cherie Currie como principais líderes, e contou com Kristen Stewart e Dakota Fanning no papel destas, respectivamente. Na cena, Cherie, então uma secundarista, se apresenta num concurso musical promovido pela escola fazendo uma performance bem bowiana, mas que é enxergada com desgosto para boa parte da plateia, que começa a arremesar frutas e lixo no palco e na cantora, que, no ápice da música, mostra a todos os dedos médios das mãos e sai do palco feito uma diva rechaçada.
Acho que é só isso mesmo, galera… Espero que vocês gostem da música! Se possível, escutem-na, bem como todas as outras indicações que fiz aqui com relação à discografia de Bowie.
Até mais!
Caio César.


She'll come, she'll go
She'll lay belief on you
Skin sweet with musky odour
The lady from another grinning soul

Cologne she'll wear
Silver and Americard
She'll drive a Beetle car
And beat you down at cool Canasta

And when the clothes are strewn
Don't be afrai-ai-aid of the room
Touch the fullness of her breast
Feel the love of her caress
She will be your living end
She'll come, she'll go
She'll lay belief on you
But she won't stake her life on you
How can life become her point of view?

And when the clothes are strewn
Don't be afrai-ai-aid of the room
Touch the fullness of her breast
Feel the love of her caress

She will be your living end
She will be your living end
She will be your living end
She will be your living end
She will be your living end

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