segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Especial SILVA - Parte II

Olá, pessoas!

Aqui estamos para mais uma parte do Especial SILVA, que só o Música Na Vida poderia trazer para vocês! Hoje falaremos do início da carreira do artista, como produtor musical de uma banda gospel, de seus EPs “SILVA” e “2012”, do disco “Claridão”, além da resenha faixa a faixa deste – então, prepare os fones de ouvido e se deleite com o som easy listening de SILVA!

Capa do disco "Claridão", do SILVA. Créditos: Trabalho Sujo/ Divulgação

Em 2009, quando começou sua carreira de músico, ao produzir o disco de estreia da banda Palavrantiga, “Palavrantiga – Volume 1”, Lúcio Souza não imaginava que sairia dos bastidores dos estúdios de gravação para tomar os vocais e os palcos do Brasil e do mundo. O Palavrantiga, que tocava uma mistura de gospel e de indie music, se formou em 2007, em Belo Horizonte (Minas Gerais), e contou com Marcos Almeida (vocais), Felipe Vieira (baixo), Lucas Fonseca (bateria), e Josias Alexandre (guitarra). Souza, junto de Jordan Macedo, produziu o disco de estreia da banda, além de ter tocado teclado e violino e ter feito backing vocals.


O disco, lançado de forma independente, fez sucesso na web, e logo a banda assinou contrato com a Som Livre. Em 2010 saiu “Esperar é Caminhar”, o segundo disco do Palavrantiga, que contou com a produção musical de Lúcio Souza novamente, e foi masterizado por Christian Wright no estúdio Abbey Road (o famoso estúdio dos Beatles, em Londres, Inglaterra). A banda fez muito sucesso, tendo uma música, “Casa”, regravada pela famosa dupla sertaneja Chrystian & Ralf.


Em 2012 sai “Sobre o Mesmo Chão”, terceiro e último disco do Palavrantiga – a banda passara recentemente pelo trauma do cancelamento de seu disco ao vivo, que não atingira a meta necessária na campanha de crowdfunding que eles haviam proposto aos fãs. Mais uma vez, o disco contou com Lúcio Souza como músico convidado – ele tocou palmas, piano Rhodes, e piano de cauda, e fez backing vocals. Durante a turnê de divulgação do disco, o vocalista Marcos Almeida anunciou sua saída da banda, e esta se dissolveu em meados de 2014.


No intuito de dar uma guinada em sua carreira de músico, Lúcio Souza resolve adotar seu primeiro sobrenome, Silva, como nome artístico, e se lança como cantor através das redes sociais. Em 2011, de forma independente, lança seu primeiro EP, “SILVA”, para download digital, mas não realizou shows de divulgação. Logo após o lançamento, em meados de outubro do mesmo ano, o renomado blog Miojo Indie resenhou o EP e descreveu-o como “um trabalho de efêmeros 20 minutos, mas que valeria por uma discografia inteira. Além disso, Cleber Facchi, autor da resenha, profetiza que “este EP é o prelúdio de que algo ainda mais grandioso e belo está por vir” – não poderia estar mais certo.


Tão logo saiu o EP, o nome SILVA começou a pipocar pela web e todos queriam saber mais sobre aquela voz doce e melódica. SILVA, então, assina com o selo SLAP, pertencente à gravadora Som Livre, e já realiza o segundo show de sua carreira no Festival Sónar SP, com um público de mais de 30 mil pessoas, e dividindo palco com artistas de peso, como James Blake, Criolo e Mogwai. Pouco tempo depois, o artista relança o EP, agora com o nome “2012”, para incluir mais músicas, e para dar mais um aperitivo do que o público poderia esperar de seu álbum de estreia.


Em outubro de 2012, SILVA lança, então, “Claridão”, seu disco de estreia, que contava com as seis faixas de “2012” mais seis faixas inéditas. Tão logo o disco é lançado, entra para a lista dos mais vendidos na plataforma digital do iTunes e alcança a quinta posição na lista dos melhores discos de 2012 realizada pela revista “Rolling Stone Brasil” – o principal single do trabalho, “2012”, é eleito a sétima melhor música do ano.

Lado B do LP "Claridão", do SILVA. Créditos: Tenho Mais Discos Do Que Amigos

Resenha faixa a faixa

A primeira faixa de “Claridão” é “2012”, que começa com uma batida viciante e que vai crescendo enquanto canção à medida que SILVA coloca sua voz na letra carregada de poesia e de sentimentos. A segunda faixa é “Falando Sério”, e mostra um exímio talento do artista no uso da bateria eletrônica e dos sintetizadores – além, claro, da letra de fácil assimilação e do ritmo meio boogie woogie, meio anos 1980. A terceira faixa, “Cansei”, dá o tom mais melancólico do disco, com uma letra repleta de tristeza e de decepção, e com uma batida menos pop e mais voltada para o post-dubstep de James Blake.




A quarta faixa é “12 de Maio”, que traz uma percussão mais completa do que apenas a bateria eletrônica, e mostra um SILVA mais carnavalesco, mais dançante. A quinta faixa do disco é “Ventania”, e faz um contraponto radical com a música anterior – ainda que animada pela instrumentação essencialmente percussiva, os sintetizadores e a letra irônica revelam uma tristeza por conta da efemeridade das paixões. A sexta faixa, “Mais Cedo”, é talvez a canção mais sexy e ousada do disco, e traz na sua melodia uma lembrança de Daft Punk.




A sétima faixa do disco é a que o intitula, “Claridão”, e já começa fazendo quem estiver ouvindo em CD dar um leve tapa no aparelho de som, achando que o disco está pulando – mas é só um efeito sonoro hilário, e que ajuda a dar esse ar ensolarado da canção, junto de sua letra alegre e alto-astral. A oitava faixa é “Acidental”, e a influência de James Blake dá aqui o seu exemplo mais explícito, a partir do uso ostensivo do sintetizador e da voz metálica resultante do vocoder – a letra é mínima, dando espaço para essa experimentação musical, que resulta em um momento bem inebriante. A nona faixa, “Posso”, tem um quê de Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, e deve fazer a alegria de quem é mais afeito ao indie music.




A décima faixa, “Imergir”, é uma balada triste, que fala do fim de um relacionamento e como se recuperar deste com a ajuda do azul do mar – SILVA retomará essa temática com força total em seu disco seguinte, “Vista Pro Mar”. A 11ª faixa é “Moletom”, e sua letra é mais uma declaração de amor para a mulher amada que está distante porém jamais esquecida – nem que seja por um moletom azul surrado que ficou para trás, deixando junto dele o cheiro dela. A 12ª faixa do disco – e última – é “A Visita”, e traz o talento inato de SILVA para o violino, para mostrar uma letra deliciosa sobre amor, sexo, brincadeiras e boleros.




Bem, pessoas: aqui me despeço de mais um post do Especial SILVA! Sei que a maioria dos leitores, em época de contagem de caracteres, não curte muito esses textos enormes, mas saibam que esta série é mais do que um capricho – é uma forma sincera e dedicada de homenagear um artista que, apesar da pouca idade e de poucos anos de estrada, conseguiu firmar seu nome no concorrido cenário musical da nova MPB.


Obrigado a todos que estão prestigiando o Especial SILVA! Para não perder nenhuma atualização, siga o Twitter do Música Na Vida através da arrobinha @musicanavidabsb e aproveite para divulgar para os amigos!

Abraços,
Caio César

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