sábado, 19 de outubro de 2019

Peça de teatro musical “Miss Saigon” - Apresentação de 19/10/2019

A história de “Miss Saigon”, mais do que uma das peças mais bonitas e trabalhosas da Broadway, tem um quê de “Romeu e Julieta” que toda peça que se preze gostaria de ter mas que, na maioria das vezes, não consegue atingir o exato tom que o musical de Claude-Michel Schönberg e Alain Boubill consegue.


Neste 19 de outubro, assisti à montagem da Escola de Teatro Musical de Brasília desse belíssimo musical, que conta a história de amor entre Kim e Chris no meio da Guerra do Vietnã, e me surpreendi com a qualidade do que assisti. Sem querer desmerecer outros musicais realizados localmente, mas o investimento em “Miss Saigon”, sobretudo na parte de efeitos visuais, é notável e tira o fôlego do espectador. Não, o helicóptero não desce no palco, tal qual na Broadway, mas chega bem perto disso, com um efeito prático incrível.


O elenco é muito bom e está de parabéns: Nicole Luz, que interpreta Kim, está sensacional – não, não é a Lea Salonga, mas não está muito longe de conseguir ser tão boa quanto, dada a sua dramaticidade ao interpretar as canções e a sua veracidade ao interpretar, na segunda fase da peça, uma mãe completamente devota ao seu filho (curiosamente, o personagem Tam é vivido por uma garota nessa montagem, mas não entendi o porquê – só sei que tal detalhe passa despercebido até aos olhos mais atentos); Thiago Linhares, que interpreta Chris, é um rapaz muito bonito e de voz macia, e conduz seu papel com a devida carga emocional que ele demanda, ainda que fraqueje vez por outra na interpretação das canções – nada que prejudique sua performance; Rômulo Mendes, que eu já havia visto como Lord Voldemort em “Um Reles Potter”, faz do seu Engenheiro, um destaque positivo, mas sem tirar o brilho dos protagonistas – seu solo em “The American Dream” é digno dos grandes musicais e a performance do ensemble é de tirar o fôlego de tão linda, graças ao brilhante trabalho dos coreógrafos; e, por fim, Loretta Martins traz uma Ellen muito doce e segura, mas que tem medo do futuro de seu casamento, e arrasa a plateia com seu solo ao mostrar uma voz aveludada e bem treinada, resultado do trabalho do time de preparadores vocais.


Em suma, “Miss Saigon” se mostrou um espetáculo acima da média e trouxe inovações tecnológicas à cena de musicais de Brasília. Minha única crítica: o excessivo uso do recurso do gelo seco – quem estava na frente do palco sofreu com os constantes lançamentos dos jatos. Tirando isso, um lindo espetáculo, de encher os olhos.

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