quinta-feira, 31 de julho de 2014

Foco de Luz ou Super Trouper - Parte IV

Olá, pessoas!

Aqui está a quarta parte do conto "Foco de Luz ou Super Trouper", de minha autoria! A história está começando a ganhar corpo, e espero que vocês estejam gostando! Por favor, comentem para que eu saiba se estou agradando!
Fiquem de olho, pois teremos coisas novas no blog Música Na Vida até, pelo menos, dia 11 de agosto, que é quando voltam as minhas aulas da faculdade! Não esqueçam também de se inscrever nas nossas redes sociais!

Abraços,
Caio César.
***

"I have a dream / A song to sing / To help me cope / With anything"... (I Have A Dream - ABBA)

Eram nove horas da noite, depois de um dia bem seco e quente daquele inverno atípico de julho de 1989. Gustavo já se despedira de todos na casa e fora para a cama. Pelo menos era isso que seus pais e sua irmã achavam. Depois de passar a chave na fechadura, Gustavo arrancou o pijama e colocou sua roupa de super-herói: um jeans rasgado à pedra-pomes, uma camiseta estampada com um estêncil do ABBA, e seu All Star preto de cano médio. Então, escutou um estalo na janela. Pegou sua carteira, abriu a janela e pulou em cima da caixa de gordura da casa, que ficava no térreo. Deu um abraço em Ana Luísa, e os dois saíram no carro dela.
Dentro do carro, Gustavo deu um abraço forte em Patrícia, a namorada de Ana Luísa, e em Roberto, o melhor amigo das duas. Ana Luísa, então, perguntou:

- Gu, você tem certeza que ninguém te viu?

- Tenho, sim, Ana; fiz tudo como eu sempre faço! Só foi difícil mentir para a Olívia - ela já anda meio desconfiada...

- Olha lá, garoto! - advertiu Patrícia - Ninguém pode nem sonhar que estamos fazendo isso! Sua família mandaria prender a Lulu em dois tempos!

- Eu não duvido, Titi... Aquele povo é páreo duro...

- Trouxe os ingressos? - perguntou Roberto, com a voz afetada.

- Porra, Betinho - é a quinta vez que você me pergunta isso! - esbravejou Patrícia - Eu trouxe, sim! Olha aqui! - antes de ela conseguir mostrar os ingressos que tirava do bolso da camisa xadrez vermelha que usava, Gustavo já os pegara e admirava maravilhado.

- Eu nem acredito que eu vou assistir ao ABBA!

- Você está ligado que é apenas um grupo cover deles, não é? - perguntou Ana Luísa - Não são a Agnetha, a Frida, o Benny e o Björn de verdade.

- Eu sei, prima! Mas é que a sensação de estar indo assistir ao vivo essas músicas que eu tanto amo é muito excitante!

- Já vai ficar de pau duro! - Roberto apontava para a braguilha do jovem, e gargalhava escandalosamente.

- Haha, engraçadinho! É claro que eu estou excitado, mas isso não quer dizer que eu já vou ficar de pau duro! Precisa de muito mais emoção para isso!

Todos no carro riram, e seguiram para o local do show da banda ABBA Forever, banda cover dos suecos que Gustavo tanto admirava.

No show, Gustavo parecia que estava em outra dimensão: admirava o palco extasiado, completamente absorto nas músicas que ele escutara tanto em sua vitrola portátil que já sabia as letras de cor e salteado. Ao seu lado, Patrícia e Ana Luísa dançavam animadas e cantavam as músicas entre copos de cerveja barata e de beijos acalorados, enquanto Roberto fumava um cigarro de maconha com Evelton, seu namorado. Gustavo estava tão envolvido com a música, que mal podia perceber o que se passava em volta: parecia que havia apenas ele, ali na plateia, e o ABBA Forever, no palco, cantando apenas para ele. Ao som de "Mamma Mia", o grupo se despediu do público, e todos começaram a rumar para as saídas. Ao notarem que Gustavo continuava parado na frente do palco, Ana Luísa puxou o garoto e o trouxe de volta à realidade:

- Nossa, parece até que ele tomou ácido! - disse Evelton - Ele está muito chapado!

- Você não sabe o quão chapado ele fica quando escuta ABBA! - respondeu Ana Luísa.

- Uma vez eu e a Lulu tivemos que jogar um balde d'água na cabeça dele, porque um copo d'água na cara não foi o suficiente para tirá-lo desse transe! - e todos gargalhavam enquanto rumavam para a saída.

Gustavo só pensava em uma coisa: ele era muito mais feliz ali, naquele lugar, e com aquelas companhias, do que ele poderia imaginar em alguma vez na sua vida.

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